Famílias sólidas e bem formadas podem mudar o mundo
10/9/20233 min read
Toda a situação política de nosso País, as fake news, a corrupção incontestável, a censura à liberdade de expressão, a própria possibilidade de pessoas com um passado tão pouco virtuoso assumirem postos de liderança no País, nos coloca diante de uma realidade que não podemos deixar de olhar: se queremos que nossos filhos sejam pessoas de bem, que vivam na graça e alcancem o céu, precisamos formá-los no seio da família.
Pais e mães, fiquem muito atentos: se vocês não ensinam com clareza princípios e valores aos seus filhos, outros ensinarão. Se não aperfeiçoam seus filhos por meio do ensino de virtudes – a fortaleza no pensar e no agir, a temperança diante do ter e do querer, a justiça que vê no outro alguém digno a receber de nós o melhor, a prudência para buscar em tudo o bem comum –, teremos uma sociedade cada vez mais materialista, egoísta e avarenta; uma sociedade em que cabem a mentira, a corrupção, a manipulação em busca de interesses pessoais ou de poucos.
A grande arma que temos em mãos na batalha por dias melhores é nossa família, é a educação de nossos filhos, é fortalecer a fé e os valores que nos são caros desde dentro de casa. Não se enganem pensando que a escola, a televisão, os programas infantis ensinarão valores sólidos e cristãos aos seus filhos – eles não o farão. Aliás, muito do que estamos vivendo vem da cultura vivida nas escolas, de princípios materialistas e anticristãos disseminados na cultura e nos conteúdos escolares, nos bancos das universidades e nas posturas de muitos professores que, sem sequer saberem, estão contribuindo com essa crescente onda de pessoas apequenadas, levadas pelos impulsos e não por uma capacidade de agir pautada numa vontade bem formada.
Os valores se aprendem no seio da família e, para isso, os pais precisam lembrar que educar é transformar: transformar um pequeno ser que não sabe o que é bom ou não, que age somente por impulsos imaturos, em alguém capaz de agir tendo como objetivo o bem, ou seja, que consiga agir livremente; transformar temperamento em personalidade; transformar o egoísmo, próprio dos imaturos, que somente querem seu prazer e conforto atendido, em amor verdadeiro aos demais e a Deus; transformar todas as potências humanas que existem nos filhos em atos, em plena capacidade de agir.
Para sermos protagonistas nesse processo de transformação dos nossos filhos, precisamos antes de tudo olhar para nós mesmos com coragem e identificar: eu tenho vivido de modo virtuoso minha vida? Tenho sido coerente com os valores e princípios que me foram transmitidos ou estou contaminado pelo comodismo da vida moderna, buscando caminhos fáceis, uma paternidade/maternidade “leve”, que vise a não contristar os filhos com medo de traumatizá-los ou de perder o seu amor? Estou seguro de que devo exercer minha autoridade paterna/materna para conduzir meus filhos a uma vida verdadeiramente repleta de sentido?
Hoje, são muitos os jovens sem sentido para a vida, que buscam somente prazeres e se deprimem quando não o encontram com facilidade. São muitos os que pensam somente em si mesmos e não conseguem agir de modo magnânimo, buscando o melhor para aqueles com os quais convive ou têm laços familiares ou de amizade. São muitos os que acabam em medicações para conter impulsos, para adequar comportamentos, para diminuir ansiedade e depressão, afinal, não receberam aquilo que de melhor poderiam ter recebido: a herança familiar dos valores sólidos, dos propósitos grandes, da vida direcionada ao céu.
Enquanto isso estiver acontecendo, não teremos mudanças verdadeiras. Como dizia São Josemaria Escrivá: “Um segredo – Um segredo em voz alta: essas crises mundiais são crises de santos. Deus quer um punhado de homens seus em cada atividade humana” (“Caminho”, 301); mas homens coerentes, heroicos, que vivam a fé nas pequenas coisas todos os dias, sem medo do sofrimento ou das consequências imediatas que isso possa trazer.
Simone Fuzaro
Educadora Familiar