Formar os filhos - Grande desafio

Simone Fuzaro

9/25/20203 min read

Nesse campo da educação dos filhos, quem de nós não se vê às voltas com pensamentos e dúvidas que certamente nossos pais não tiveram: como dizer não sem traumatizar, com que idade deve ter um celular se todos têm muito cedo, quanto de autonomia devo dar ao meu filho adolescente? Enfim, são muitas as dúvidas que povoam a vida dos pais pós modernos.

Já não nos sentimos seguros para agir com a quantidade de informações e de situações tão diferentes que encontramos em nosso cotidiano. Além de tudo, temos os compromissos profissionais que tomam muito tempo do nosso dia e de nossa energia. Chegar em casa e encontrar tantas responsabilidades e desafios com os filhos torna-se um esforço sobre humano para muitos de nós!

É preciso olharmos com coragem e atenção para tudo que nos leva a esse comportamento tão inseguro na formação dos nossos filhos! Talvez não seja fácil admitir, mas a verdade é que vivemos um tempo onde o prazer e o conforto tem um peso grande em nossas vidas. Buscamos alegrias momentâneas, facilidades, sucesso, felicidade. Em primeiro lugar me pergunto: o que é sucesso, o que é felicidade? Será que temos clareza suficiente para definirmos o real significado disso que buscamos? Em segundo lugar afirmo: podem ter certeza, se educar os filhos e acompanha-los no caminho do crescimento estiver sendo sempre prazeroso e confortável desconfie, pois o caminho está errado e o resultado não será bom!

Imaginar que nossos filhos sabem o que querem, são determinados, tem personalidade forte e fazem suas escolhas desde pequenos é um grande equívoco. Nós é que estamos renunciando ao nosso protagonismo e deixando-os tomarem as rédeas em situações para as quais não estão preparados. Cabe aos pais colocar limites, apontar a direção, lutar para que os filhos ganhem virtudes, ensinar valores e critérios para que, no tempo certo, possam ser verdadeiramente livres e fazerem suas escolhas. Quando não fazemos isso estamos desrespeitando o direito das crianças de serem cuidadas, estamos permitindo que assumam responsabilidades para as quais não estão preparadas.

Por isso os convido a mergulharem num movimento de transformação que se inicia por um olhar para dentro e identificar: quais são os meus valores mais preciosos, quais são os valores sobre os quais construo diariamente minha vida, aos quais dedico meu tempo, que me tornam a pessoa que sou? Estou vivendo de modo coerente com eles ou tenho me deixado levar pela correnteza do mundo?

Depois pensem com seriedade: que homem/mulher quero que meu filho se torne? Lembrem-se esse objetivo só vai se transformar em realidade se nós pais estivermos completamente focados nessa missão.

O terceiro movimento é nos conscientizarmos que educar cada filho é um maravilhoso projeto – o mais importante de nossas vidas! Como projetos importantes, precisamos nos dedicar a conhecer cada um, colocar metas e pensar em estratégias para que cresçam.

Nesse ponto desembocamos no último passo: ter um plano de ação – planejar como podemos orientar, estimular, exercitar cada um dos filhos para que aprendam os valores familiares e ganhem as virtudes que precisam para alcançarem a verdadeira e perene felicidade. Aquela que independe das circunstâncias momentâneas, que muitas vezes serão adversas, porque transcende o passageiro e se assenta numa vida onde o sentido e a missão estão claras.

Esse caminho não é fácil, requer empenho e determinação. É um caminho árduo, muitas vezes cansativo, mas, precisamos nos lembrar: tudo o que realmente vale à pena dá trabalho, exige empenho. Decidimos ser pais, escolhemos formar família e nossa maior alegria certamente será, ao final da vida, olharmos para esses frutos e podermos admirar o sabor e a beleza que espalharão pelo mundo! Vale à pena essa transformação!