Pai - amor, segurança, direção
Simone Fuzaro
8/9/20202 min read
Nesse mês em que se celebra o dia dos pais vale a pena pensarmos um pouco sobre o papel do pai na vida dos filhos e da família. Historicamente o pai foi o provedor, aquele que se responsabilizava pelo sustento material da família e que zelava pela segurança física e moral da prole. Ele trabalhava, dizia o que podia ou não, colocava objetivos claros aos filhos. Com o olhar conseguia "frear" comentários ou comportamentos inadequados - exercia uma autoridade. Mãe era mãe, pai era pai e cabia aos filhos obedecer e seguir as orientações que davam. Com a ascensão do feminismo, a busca daigualdade, os papéis dentro da família foram sofrendo mudanças. Hoje é difícil respondermos quando questionados sobre qual o papel do pai na família. Uma coisa sabemos: quase sempre quem exerce a autoridade são os filhos.
Essa falta de clareza nos papéis tem criado gerações de crianças confusas, autoritárias e submetidas à ordem do desejo. Por estarmos vivendo uma cultura hedonista e ficarmos impregnados pela mentalidade da busca de realizações rápidas e fáceis, tem faltado quem as lapide, quem transforme a pedra bruta em diamantes preciosos. Processo um pouco trabalhoso e por vezes dolorido, mas que traz um resultado maravilhoso.
Na família cabe ao pai e à mãe amar incondicionalmente, acolher e nomear os sentimentos, compreender as dificuldades e ajudar a superá-las. Pai e mãe precisam compreender as necessidades dos filhos e diferenciá-las dos desejos e, tendo essa clareza, agir promovendo que as necessidades sejam saciadas e que os desejos sejam contidos, submetidos à vontade, ao que é bom e adequado para um crescimento saudável.
Muitos estudos sérios e conceituados mostram as diferentes características do homem e da mulher - desde o funcionamento cerebral, até a elaboração de sentimentos e as manifestações de linguagem. Na dinâmica familiar se faz muito importante o olhar materno e o olhar paterno. São olhares diferentes e complementares: um acolhe o outro direciona, um se compadece o outro propõe soluções, um dá conforto o outro direção, impulso. Pai e mãe - carinhos diferentes, acolhimentos diferentes, brincadeiras diferentes, possibilidades diferentes de relação - modos diversos de perceber, sentir e viver.
Enfim, diante da nova dinâmica que a vida nos oferece, precisamos redefinir o papel do pai. Daquele que, por natureza, costuma ter mais facilidade de exercer a autoridade, de indicar direção, de estabelecer objetivos, de transmitir segurança, de interditar a relaçãosimbiótica da mãe com o bebê e a partir daí participar na criação de um novo sujeito - o filho. Não podemos perder de vista que a autoridade do pai, exercida com lucidez, é de fundamental importância para que os filhos aprendam valores, adquiram virtudes, saibam viver socialmente com equilíbrio e adequação. Ela mantém a segurança dos filhos e, mais do que isso, ensina-os a lutarem, conquistarem, traçarem objetivos e alcançá-los. Pai, assemelha- se a um farol voltado ao alto mar - oferece luz, indica um caminho seguro.
Que riqueza é para a vida dos filhos uma presença paterna atuante e comprometida, éum verdadeiro tesouro!